"Jamais compreendereis a terrível simplicidade das minhas palavras
porque elas não são palavras: são rios, pássaros,naves...
no rumo de vossas almas barbaras.
Sim, vós tendes as vossas almas supersticiosamente pintadas.
e não apenas a cara e o corpo como verdadeiros selvagens.
Sabeis somente dar ouvido a palavras que não compreendeis,
e todos os vossos deuses são nascidos do medo.
E eu na verdade não trago a mensagem de nenhum deus.
Nem a minha...
Vim sacudir o que estava dormindo há tanto dentro de cada um de vós
a limpar-vos de vossas tatuagens.
E o frêmito que sentireis, então, nas almas transfiguradas não será do revoo dos anjos...mas apenas o beijo amoroso e invisível do vento sobre a pele nua".
Poesia retirada do livro "Baú de espantos".