Epístola aos novos bárbaros, Mario Quintana


"Jamais compreendereis a terrível simplicidade das minhas palavras 

porque elas não são palavras: são rios, pássaros,naves...
no rumo de vossas almas barbaras.

Sim, vós tendes as vossas almas supersticiosamente pintadas.
e não apenas a cara e o corpo como verdadeiros selvagens.

Sabeis somente dar ouvido a palavras que não compreendeis, 
e todos os vossos deuses são nascidos do medo.
E eu na verdade não trago a mensagem de nenhum deus.
Nem a minha...
Vim sacudir o que estava dormindo há tanto dentro de cada um de vós 
a limpar-vos de vossas tatuagens.
E o frêmito que sentireis, então, nas almas transfiguradas não será do revoo dos anjos...mas apenas o beijo amoroso e invisível do vento sobre a pele nua".

Poesia retirada do livro "Baú de espantos".

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